Sempre fui cética em relação a festejar o Halloween, por achar que era uma celebração “importada” dos Estados Unidos, quando, espanto meu, descobri que há séculos que em Portugal, e por toda a Europa se celebram tradições muito idênticas, ainda que sem o “doçura e travessura”.
É certo que muita da encenação à volta desta festa foi buscar inspiração ao outro lado do Atlântico, mas também é certo que muitos dos festejos que naquele país agora se fazem foram levados da Europa, essencialmente, às tradições celtas.

Na verdade, há mais de 2 mil anos, segundo reza a lenda, o povo Celta dizia que, entre os dias 30 de outubro a 2 de novembro os mortos voltavam a povoar a terra como fantasmas!!!!
Nesse dia há em Portugal diversas festas a celebrar o tema:
Vilar de Perdizes (Montalegre) – comemora-se a noite dos fachos: os rapazes roubam palha e vão para o alto dos montes gritar para espantar os espíritos, bruxas e demónios;
Pão por Deus (Todo o país) – trata-se de um peditório realizado no dia 1 de novembro, Dia de Todos os Santos. As crianças saem à rua para pedir o Pão por Deus de porta em porta (tal como o atual doçura ou travessura) cantando os versos de uma canção. Em troca as pessoas oferecem pão, broas, frutos secos e também, atualmente, doçuras.
Festa da Cabra e do Canhoto (Bragança) – é uma festa que tem uma forte influência Celta. O costume é acender uma fogueira para celebrar o dia 31 de outubro. A aldeia de Cidões chega-se mesmo a recria um ritual da Noite das Bruxas, inspirado nas antigas festas;
Caspiadas (Açores) – é também tradição as crianças fazerem um peditório e oferecer-lhes bolos com formato de uma caveira vistas de cima – as caspiadas.
Até mesmo as abóboras com velas ou luz no seu interior não são uma exclusividade americana, nem foram por eles inventadas. Por cá o costume data de vários séculos atrás. Talhavam-se e alumiavam-se as abóboras nesta noite de mistério em que os defuntos vagueavam pelo mundo em representação do fim da natureza viva, autêntico símbolo da morte (as suas semelhanças com uma caveira são óbvias) e, até, pensa-se que se fizesse na sequência de um velho costume celta de expor cabeças de inimigos espetadas em paus.
Por essa razão, as pessoas receavam sair às ruas, a não ser que se vestissem como os “mortos”, de forma a passarem despercebidas. Daí a tradição, ainda hoje, de as pessoas se mascararem de assombrações, de mortos-vivos…
Ao longo dos tempos, a tradição foi sendo atualizada, não perdendo nunca aquela ligação ao mundo assombrado e do além, e fixando um dia apenas – 31 de outubro, para celebrar a noite mais assustadora do ano.
Com a evolução dos tempos, as casas foram sendo decoradas tal como casas assombradas, e as pessoas mascaram-se como fantasmas que ganham vida, ou bruxas que pegam em vassouras e ou vampiros que deixam os caixões para trás.
Vários tipos de decorações para as casas ou jardins vão sendo cada vez mais procuradas, chegando a decorar-se a casa como no Natal.

Este insuflável, por exemplo, é ótimo para esta época do ano, em que pode chover e estragar decorações em papel.
Para pousar em qualquer sítio, esta mão assustadora é essencial.
E não se esqueça que a porta também merece destaque com esta coroa, e muito mais que lhe queira acrescentar.
